Apresentamos mais um Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR. É a 13a edição deste que se tornou o principal evento técnico-científico do segmento no país. Desde sua primeira realização, em 1978, os SBSRs têm aumentado continuamente em número de trabalhos e de participantes. Para este, de 2007, em Florianópolis, são mais de 950 trabalhos científicos e mais de 1.500 participantes. Esse ritmo crescente de interesse é um sinal inequívoco do fortalecimento deste setor do conhecimento humano.
Se parte deste crescimento pode ser correlacionado com o fortalecimento e ampliação da pós-graduação no país, uma outra parte significativa deve-se ao crescimento intrínseco da tecnologia de imageamento e de processamento de dados, e do aumento do interesse pelo entendimento dos objetos, fenômenos e processos da Terra propiciado pelo sensoriamento remoto e tecnologias associadas. Particularmente nos últimos anos, o acesso a dados de diferentes naturezas, como os de alta resolução e os de microondas, por exemplo, têm ampliado e despertado ainda mais o interesse pelo sensoriamento remoto.
Numa época em que as cidades trazem crescentes preocupações quanto à sua expansão, planejamento, condições ambientais de vida, e o meio não-urbano apresenta desafios quanto ao seu conhecimento, monitoramento, manejo, degradação, poluição, etc., o sensoriamento remoto e as geotecnologias afiguram-se como aliados indispensáveis na detecção, entendimento, análise e solução de muitas dessas situações. Assim, à medida que novos e crescentes problemas são postos, e à medida que novos instrumentos de imageamento e análise surgem, é natural que haja crescente interesse pelo sensoriamento remoto. E o Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto é o desaguadouro do conhecimento gerado e dos novos avanços acumulados a cada dois anos.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE tem propiciado a organização dos Simpósio ano após ano. Porém, o esforço de organização aumenta continuamente, uma vez que a média de crescimento do número de trabalhos a cada nova edição tem sido de cerca de 50%. Com isso, novos meios de financiamento do Simpósio devem ser buscados. Felizmente, as parcerias com os patrocinadores têm se fortalecido e novos parceiros surgem a cada edição. A organização do Simpósio procura fazer o possível para que as recompensas em termos de negócios e oportunidades se maximizem para os parceiros. Com isso, observa-se nitidamente um comprometimento cada vez maior de empresas, órgãos públicos e agências com vistas ao fortalecimento da comunidade de sensoriamento remoto e geotecnologias.
Por sua vez, do lado da organização, busca-se a cada edição um aprimoramento do profissionalismo com que se trata o Simpósio. Fatores como: a constituição de um sólido Comitê Científico, o desenvolvimento de um sistema eletrônico de submissão e revisão de trabalhos, a instituição das premiações de trabalhos de Iniciação Científica, Pôsteres e CBERS, o tratamento pessoal dispensado ao congressista, a edição eletrônica dos Anais, o cuidado com a Exposição Técnica, a formatação e o alto nível dos Cursos, das Sessões Especiais, Workshops, Sessões Técnicas e Interativas de Pôsteres, a elevada densidade da programação, etc., têm feito com que a participação do congressista no Simpósio se torne uma atividade estimulante, intelectualmente prazerosa e de alto enriquecimento profissional.
Neste XIII SBSR, cujos Anais Eletrônicos vêm a lume com seus mais de 950 trabalhos, 2.500 autores e 7.000 páginas, conta-se com 42 Sessões Técnicas Orais, três Sessões Interativas de Pôsteres, divididas em mais de 40 sub-sessões diárias, 12 Cursos de 16 horas cada, 24 Sessões Especiais, Workshops e Mesas-Redondas, e uma Exposição Técnica com as mais importantes empresas do setor. É de mencionar também a notável participação internacional em todas as atividades do Simpósio.
Porém, um Simpósio como este - que é o principal pólo agregador da comunidade de sensoriamento remoto e geotecnologias do país - só se faz emergir e concretizar se contar com o elemento humano da figura do congressista. É ele quem escreve seu trabalho, submete-o segundo as normas, aguarda a revisão, esforça-se por conseguir fundos e participar ativamente durante a semana do Simpósio. Por isso, toda a dedicação da equipe organizadora é recompensada quando se vê que uma multidão de pesquisadores, estudantes e profissionais concentram-se arduamente na materialização do conhecimento expressa nos trabalhos escritos e publicados nestes Anais, e apresentados e discutidos diante dos seus pares no Simpósio.
O futuro do sensoriamento remoto é brilhante, com novos satélites, sensores, software, metodologias, processos e tecnologias em contínuo aprimoramento e desenvolvimento. A cada dia novos problemas passam a ser estudados cientificamente. A cada dois anos é o momento de organizar, materializar, e apresentar resultados. E o Simpósio de Sensoriamento Remoto estará sempre pronto a ser este fórum privilegiado de encontro dessa comunidade vibrante e intelectualmente privilegiada que é a de sensoriamento remoto e geotecnologias.
José Carlos Neves Epiphanio
Lênio Soares Galvão
Coordenadores do XIII SBSR
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